2007-03-23

Ana Filipa

Assim é chamada pelos pais a criança que foi baptizada Esmeralda Porto. Aquela que para a justiça pouco mais é que um objecto para discutir, e cujos interesses foram sempre sobranceiramente ignorados pelos doutos e impunes juízes do tribunal de Torres Novas.

A propósito de mais um acontecimento estranho (primeiro o tribunal teria comunicado a suspensão dos mandatos de captura até à reunião entre as partes, depois o advogado "chico esperto" apresenta queixa na PGR por estes não terem sido cumpridos e o tribunal vem dar o dito por não dito e afirma que afinal os mandatos não foram todos suspensos), fiquei espantado com as considerações dos "legalistas" que vêm defender a actuação abusiva e inconstitucional do tribunal (esquecendo que primeiro que tudo estão sempre os interesses da criança) e o próprio "pai" biológico.
Relativamente a isto tudo, há vários pontos que para mim causam muita confusão como alguns "legalistas" os conseguem ignorar:
1 - A relação entre Baltazar e Aidida só passou a ser "casual", como alguns defendem com justificação para o abandono da criança, quando soube que a mãe da criança estava grávida;
2 - Aidida teve que se prostituir, como ela própria confessou, para poder sustentar a filha ignorada por este "pai" biológico;
4 - Baltazar só manifesta algum interesse na filha depois de ser obrigado a exames de ADN pelo tribunal, e já muito depois dos pais adoptivos terem apresentado uma moção em tribunal para serem reconhecidos como tal;
Para mim, como ser humano, quem abandona uma criança, não se interessa se vive ou morre, e só mostra interesse pela mesma depois de ser obrigado a análises de ADN não é pai - é um animal sem sentimentos.
5 - Os pais adoptivos, bem como a mãe biológica, terão sido mal aconselhados - a declaração assinada por Aidida, embora válida e normal no Brasil em casos de adopção, não é válida em Portugal; o processo não deveria ser iniciado junto do tribunal, mas sim da Segurança Social (e porquê o tribunal não informou logo os pais adoptivos deste facto?);
6 - Os doutos e impunes juízes do tribunal de Torres Novas sabiam e bem (ou pelo menos deviam desconfiar) que a partir do momento que decidiram ignorar os interesses da criança e ignorar os pais adoptivos, e mandaram entregar a criança a quem nunca a quis, que quem a ama a ia esconder para a proteger desse trauma; esse é o sequestro que o sargento Luís Gomes e a sua mulher são acusados, terem ousado pensar primeiro na filha.
7 - O tribunal de Torres Novas, mostrando a impunidade de quem é protegido por toda uma classe de impunes (basta ver as declarações do sindicato dos juízes), reafirma a prisão do pai adoptivo por sequestro !!!! da filha - quando no máximo poderia ser acusado de incumprimento de decisão do tribunal;
8 - o tribunal sabia bem que a criança seria acompanhada pela mãe em qualquer consulta a que fosse, por isso afirmou que os mandatos de captura estavam suspensos para que a mãe adoptiva tivesse confiança em como podia apresentar a Ana Filipa para a consulta pedida sem o risco de represálias; pelos vistos falsamente, com má-fé dos juízes que afinal não suspenderam todos os mandatos e mostraram que apenas queriam armar uma armadilha à mãe adoptiva, mais uma vez a criança apenas interessou a este tribunal como um meio para atingir os pais adoptivos;
9 - Finalmente, quem paga o advogado? 215 euros por mês é o que o Baltazar diz que ganha; isso não paga nenhum advogado, nem mesmo este; também é muito estranho a ênfase com os juízes de Torres Novas o protegem e ajudam - não merecerá isso uma investigação?

Levando em conta isto tudo, como é ainda possível para alguns defender as posições do tribunal? Como é possível que este advogado ainda não tenha sido investigado?
E acima de tudo, como é possível estes doutos e impunes juízes continuarem a ignorar a Ana Filipa, usando-a apenas como um meio de atingir os pais adoptivos?

Sem comentários:

 
origem