Há coisas que não mudam...
É verdade que já não se criam galinhas em São Bento, e que agora se come Bolo Rei com a boca toda em Belém, mas há coincidências...
Continua-se a fugir a consultar os cidadãos, sendo o principal argumento a subserviência abjecta a um "ideal" europeu que já nada tem que ver com a tão propalada "europa dos cidadãos". É necessário tudo para não desagradar aos principais chefes de estado europeus e não colocar em perigo este tratado. Claro, tudo isto pressupõe uma falta de capacidade dos cidadãos portugueses (e europeus) para decisões políticas, que terão que ser tomadas por uma "elite" cada vez menos democrática, e para quem mentir descaradamente faz parte desta "ética de responsabilidade".
E é isso que é mais assustador - a figura sinistra de Santa Comba Dão também defendia a responsabilidade com o país, a austeridade, e a honestidade - desde que nada disto interferisse com o que ele considerava melhor para esta turba analfabeta e para a "elite" rica, gorda e anafada dos Mellos, Champalimauds e Tenreiros... Para manter a situação tudo valia, desde a censura até à tortura e morte de opositores.
Neste momento, pouco falta para o ensino estar pior que alguma vez esteve em Portugal - cumprindo-se o propósito de manter a grande mole humana em estado de analfabetismo para melhor a controlar; os serviços de saúde cada vez mais são só para os ricos e só nos grandes centros urbanos; a corrupção é pública e notória, envolvendo várias figuras mais ou menos públicas e tendo até direito a beija mão da dita cuja "elite". Até temos um escândalo "Casa Pia" que não vai dar em nada, tal como em tempos existiu um escândalo "ballets rose". Os dois maiores partidos aprovaram um código penal e um código do processo penal cujo principal resultado é a impunidade dos criminosos. Só falta mesmo uma polícia política com autorização para matar e torturar.
É esta a "ética de responsabilidade"?
PS: Caso não tenham percebido ainda, sou europeísta - acho que a melhor solução para os cidadãos europeus é uma Europa unida e forte, sem fronteiras, com governo e parlamento supra-nacionais. Mas uma europa dos políticos, do liberalismo desenfreado, da globalização a qualquer custo e das multinacionais, isso sou contra. Já chega.
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